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Uma história oral da Tigercat

Há 25 anos, uma empresa muito pequena com um único protótipo e nenhum sistema de distribuição se apresentou em uma exposição madeireira na Geórgia. O que aconteceu depois? Alguns dos primeiros membros da equipe da Tigercat respondem com suas lembranças.

O jovem Ken MacDonald levou apenas dois anos e meio para concluir sua graduação em Administração de Negócios antes de entrar na MacDonald Steel em tempo integral como coordenador de produção, aos 22 anos. Ele tinha o objetivo de comprar a empresa do pai. Ken explica que se empenhou muito para ter uma avaliação independente e confiável. Durante vários meses, contadores e avaliadores inspecionaram imóveis, estoque e equipamentos. A data de fechamento foi 1 de agosto de 1976, um dia antes de Ken fazer 23 anos. Entre 1976 e 1989, Ken dobrou as vendas várias vezes e quadruplicou o número de funcionários, antes de uma forte recessão atingir Ontário, causando sérios prejuízos à empresa.

Ken MacDonald, CEO: Comecei a trabalhar na MacDonald Steel quando eu tinha nove anos. Desde então, venho para a empresa quase todo sábado de manhã. Depois de me formar, passei a trabalhar aqui em período integral. Com o passar dos anos, tive centenas de instrutores e mentores, tanto na empresa quanto entre os clientes.

Um grupo de funcionários da Tigercat de pé em frente à primeira máquina da empresa.

(Da esquerda para a direita): Jon Cooper, Ron Montgomery, Rick Routliffe, Johnny Boyd, Stan Bera, Ralph Zuidervliet, Bruce Vaile, Tony Iarocci, Ken MacDonald, Martine Léveillé, Joe Barroso, Ken Harrison, Michael Fischer, Phil Ricotta, Dick Ronald, Don Snively e Grant Somerville.

Alguns deles me ensinaram a operar várias máquinas, outros a montar e soldar, alguns me mostraram como dirigir empilhadeiras, carros, caminhões e rebocadores. Alguns me ensinaram a mergulhar, outros a escalar e instalar equipamentos, alguns a prever custos, outros a entender as plantas e os relatórios financeiros. Alguns me ensinaram a decifrar as pessoas e a praguejar como um marinheiro. Mas todos eles me ensinaram a importância do trabalho de equipe.

Joe Barroso, VP de produção: Eu era um estudante ávido por um emprego de verão, em 1984. Um amigo tinha acabado de começar a trabalhar na MacDonald Steel e me ligou, pois eles precisavam de outro estudante. Fui até lá e me contrataram para começar no dia seguinte. Eu trabalhava em controle de qualidade e envio/recebimento de carga quando comecei, mas logo me envolvi em várias funções diferentes. Trabalhei lá todos os verões até concluir a universidade. Foi então que o Ken me contratou para trabalhar no departamento de planejamento, em período integral.

Ken MacDonald: No fim dos anos 80, a MacDonald Steel perdeu muitos de seus principais clientes. Isso trouxe consequências catastróficas para a empresa e me forçou a pensar em alternativas. Apostei na fazenda para começar a trabalhar em uma nova linha de produtos e criar uma nova empresa.

Tony Iarocci, presidente: Em 1991, Ken me procurou com uma proposta de entrar na empresa dele com o objetivo expresso de criar e montar skidders para a atividade madeireira. Embora eu não estivesse envolvido com o mercado florestal há alguns anos, tinha mais de vinte anos de experiência em engenharia, atendimento ao cliente e marketing na Koehring Waterous, um fabricante de equipamentos para serraria e máquinas florestais inovadoras. A possibilidade de voltar ao ramo de equipamentos florestais e começar algo do zero me intrigou e aceitei o convite de Ken.

Jon Cooper, VP de engenharia: Comecei a trabalhar para a MacDonald Steel em 1987. Quando Tony foi contratado para desenvolver uma máquina florestal, fui designado a produzir os desenhos de vários conceitos de máquinas. Depois que o feller buncher com rodas foi selecionado, continuei a projetar e criar desenhos usados para produzir as primeiras máquinas. Foi então que, a Tigercat foi criada e me tornei o segundo funcionário “oficial”.

A Tigercat Equipment Inc. foi estabelecida como uma empresa canadense em 20 de janeiro de 1992.

Tony Iarocci: “Começamos a projetar o 726 no segundo semestre de 1991. Nosso objetivo era apresentá-lo na exposição In Woods de Quitman, Geórgia, em abril de 1992. Embora ainda faltasse acabamento, como encontrar um local para as baterias, que prendemos temporariamente com cordas elásticas sob o motor, Don Snively colocou a máquina em um caminhão da MacDonald Steel e, junto om Jim Wood, partimos rumo ao sudeste dos EUA.

Jon Cooper e John Kurelek em campo com uma máquina antiga.

Jon Cooper e John Kurelek em campo com uma máquina antiga.

Jon Cooper: Naquela primeira feira, um madeireiro me perguntou quanto a máquina custava. Falei o preço e ele ficou chocado. Respondeu que o preço deveria estar errado, pois poderia comprar dois feller bunchers com esse mesmo valor. Garanti que o preço estava correto e tentei explicar o valor extra da máquina. Ele saiu sem se convencer e eu fiquei bem preocupado com nosso futuro.

Alguns anos depois, na mesma feira, outro madeireiro me procurou e perguntou o que eu fazia na Tigercat. Depois que me apresentei, ele apertou minha mão e me agradeceu por ter devolvido a vida a ele. Ele contou que usava outra marca de máquina de segunda a sexta, na tentativa de se sustentar. Então, trabalhava em outra máquina no fim de semana, e segunda voltava para o local da atividade madeireira. Com sua máquina Tigercat (que nem de longe era nova), ele podia operar de segunda a sexta, estacioná-la e aproveitar o fim de semana com a família, algo que nunca tinha feito antes. Ele diz que valeu cada centavo. Fiquei muito feliz de ver que o valor adicional da máquina estava sendo reconhecido.

Ken Harrison, gerente de publicações técnicas (aposentado): Trabalhei na Koehring Waterous por cerca de vinte anos como gerente de publicações técnicas. Mais tarde, na MacDonald Steel, Tony e Ken se envolveram na produção de equipamento florestal. Depois que a produção teve início, Tony me abordou para que eu fizesse algumas etiquetas para seu primeiro feller buncher 726. Entrei na Tigercat em julho de 1992.

Tony Iarocci: Tínhamos combinado com um possível distribuidor da Carolina do Norte de demonstrar a máquina em operação a caminho da Geórgia. Dirigimos até um local de atividade madeireira, em Lumberton, e o lenhador subiu na cabine, dirigiu a máquina pela lateral do rebocador e logo a levou para um talhão, com o objetivo de cortar árvores. Com uma certa dificuldade, conseguimos pará-lo, mas apenas pelos minutos necessários para remover a proteção da lâmina da serra. Assim que retiramos a proteção, ele retomou sua intenção de cortar árvores. Jim, líder da equipe de montagem, e Don, que dirigiu o caminhão, nunca tinha visto uma colheita mecanizada. Eles observaram a máquina em operação, incrédulos. O lenhador continuou, sumindo na floresta pelo que parecia uma eternidade. Ele gostou da máquina.

Don Snively, agora gerente distrital e cidadão dos EUA, que mora na Geórgia com sua família, era motorista de caminhão da MacDonald Steel em 1992. Ele conduziu o protótipo da máquina pelos Estados Unidos durante quarenta dias, até que ela achou um lar na Williston Timber, no norte da Flórida.

Don Snively, gerente distrital: Quando eu e o Jim Woods vimos o 726 cortando a primeira árvore, pensamos: “Caramba, ela funciona!” Nunca tínhamos visto uma máquina cortar uma árvore e carregá-la.

Dick Ronald, gerente de vendas nos EUA (aposentado): Passei 27 anos trabalhando no negócio de equipamentos pesados para a Clark e depois a Valmet, principalmente no setor madeireiro. O Tony estava procurando alguém e acho que alguns distribuidores que trabalhavam com ele e me conheciam bem me indicaram para o trabalho lá.

Ken Harrison: A mudança do nome da empresa de Tigercat Equipment para Tigercat Industries, em 1993, e a nossa mudança para a fábrica em Brantford foram muito marcantes para mim.

Grant Somerville, VP de engenharia: No começo, ficamos em uma fábrica na Industrial Road, mas em 1993 nos mudamos para a primeira fábrica Tigercat, em Brantford. Lembro que achávamos que tínhamos conquistado nosso maior objetivo, que era a nossa própria fábrica. O que mais poderíamos querer? Não fazíamos ideia de que esse era apenas o começo do nosso crescimento.

Em apenas cinco anos, a Tigercat entregou sua milésima máquina, em 1997. O grupo de carregadores é mostrado aqui, na frente da primeira fábrica dedicada da Tigercat, no endereço 86 Plant Farm Blvd, Brantford.

Em apenas cinco anos, a Tigercat entregou sua milésima máquina, em 1997. O grupo de carregadores é mostrado aqui, na frente da primeira fábrica dedicada da Tigercat, no endereço 86 Plant Farm Blvd, Brantford.

Ken comprou a Plant Farm em 1993 e depois, ao longo dos anos, comprou outros prédios em Paris, Brantford, Woodstock, Cambridge e Kitchener.

Ken MacDonald: Eu adorava transformar nossos prédios antigos em novas fábricas para nos atender. Passei bons momentos participando do planejamento e da construção de nossa fábrica mais recente, construída em Paris. Também tive muito prazer em instalar muitas máquinas, gruas e cabines de pintura e jateamento inovadoras ao longo do tempo.

Dick Ronald: Eu me divirto quando olho para trás, porque fazíamos de tudo na Tigercat naquela época. Além dessa parte, cuidávamos do pós-venda, da captação de novos distribuidores e tudo que o negócio envolve.

Ken Harrison: No começo, eu elaborava manuais de peças e serviços, folhas de especificação, formulários para a empresa e a logomarca que temos até hoje. Também atendíamos os distribuidores por telefone. Mais tarde, me concentrei principalmente em ser o gerente de publicações técnicas da Tigercat.

Os montadores originais da Tigercat, como Jim Wood, Ralph Zuidervliet, Larry Almond, Tim Koniuch, Ross MacDonald, John Stevenson, Bill Clark, Denton Rerrie, Ernie Sowden e Paul Brown, eram comerciantes muito hábeis, que resolviam tudo rapidamente. A Tigercat precisava de gente assim. A empresa nova não tinha os controles de produção, plantas ou documentos que tem hoje. As máquinas eram montadas do início ao fim por duplas. Os nomes dos montadores eram impressos em uma etiqueta, que ficava na cabine. Orgulhosamente montado por…

Ralph Zuidervliet, montador (aposentado): Estava desempregado e recebi uma ligação do Tony, com quem trabalhei na Koehring Waterous. Eu era um profissional de 62 anos, que tinha estudado na Europa e no Canadá. O Sr. Iarocci conhecia meu trabalho. Ele sabia que eu estava desempregado e me convidou para trabalhar para ele em uma nova empresa chamada Tigercat.

Grant Somerville: Comecei a trabalhar com atividade florestal em 1977, no setor de papel e celulose do Canadá. Trabalhava-se nas florestas em grande escala, com frotas de grandes máquinas e forças de trabalho sem sindicato, vivendo em campos remotos e mal equipados. O declínio do setor de celulose e papel no Canadá levou ao fim as operações florestais empresariais e, com ele, o fim do mercado das máquinas grandes que estávamos construindo. No meio dos anos 80, ficou evidente que o futuro estava em pequenos empreiteiros independentes. Esses novos clientes precisavam de máquinas menores e mais acessíveis. Isso acelerou o desenvolvimento do feller buncher de esteira. No começo dos anos 90, muitos fabricantes estavam oferecendo modelos para o mercado e a concorrência ficou acirrada. Em 1993, a estrutura competitiva criou uma janela de oportunidade para nós. O feller buncher de esteira 853, distribuído no Canadá pela rede de distribuidores da Deere, teve um papel crucial no desenvolvimento inicial da Tigercat.

A cerimônia de corte de fita que marcou a inauguração da 54 Morton Ave em Brantford, em 1998. As pessoas estavam esperando o operador entrar na máquina e cortar a fita no estilo Tigercat.

A cerimônia de corte de fita que marcou a inauguração da 54 Morton Ave em Brantford, em 1998. As pessoas estavam esperando o operador entrar na máquina e cortar a fita no estilo Tigercat.

Tony Iarocci: O 726 criou a base para a Tigercat se desenvolver a se tornar uma fornecedora respeitada e global de máquinas florestais. Ele trilhou o caminho para os modelos adicionais e o 726 não passou despercebido pela John Deere, um dos quatro concorrentes que oferecia feller bunchers do tipo dirigir até a árvore. O sucesso do 726 fez com que a Deere nos procurasse em 1993 para propor um acordo de marketing. A Tigercat montaria um feller buncher de esteira com a sua marca totalmente novo e o deixaria disponível com exclusividade em todos os distribuidores de equipamentos florestais e de construção da Deere no Canadá. O Grant Somerville liderou o desenvolvimento da engenharia desse novo modelo, o Tigercat 853E. A designação do modelo foi uma solicitada pela Deere. O protótipo do 853E foi fornecido à BC um ano depois, em 1994, e vendido à Blue Nose Logging. Conseguimos de novo. O 853E teve muito sucesso. A extensa rede de distribuidores da Deere nos deu cobertura imediata no Canadá.

Martine Léveillé, gerente de atendimento e garantia: Meu pai trabalhava para o distribuidor da John Deere na minha cidade natal de Amos, Quebec. Quando me formei em engenharia mecânica, o distribuidor recebia sua primeira máquina Tigercat, um feller buncher 853E. Len Averlin estava no distribuidor para apresentar a máquina e sugeriu ao meu pai que eu me candidatasse a um emprego na Tigercat. Duas semanas depois que enviei meu currículo, o Tony me ligou. Ele estava visitando um distribuidor em Timmins e perguntou se eu podia encontrar com ele lá. Eu fui e, duas semanas depois, me mudei para Brantfod. Meu primeiro dia foi 25 de setembro de 1995.

James Farquhar, gerente distrital: Eu passei muito tempo com o Tony e aprendi muito com ele enquanto eu administrava o departamento de peças e mais tarde, quando passei para o atendimento. Ele também me orientou na escolha do curso noturno que eu deveria fazer, e passei quase cinco anos fazendo aulas à noite. Ainda aprendo muito todo dia na Tigercat.

Brian Jonker, gerente de peças: Meu pai era soldador na MacDonald Steel e se tornou um dos primeiros funcionários da Tigercat. Quando acabei a faculdade, comecei a trabalhar na Tigercat, em 1996, e passei o primeiro ano construindo cabines, antes de passar para o departamento de peças. Na época, era apenas eu, pegando as peças, e Jim Leach e James Farquhar, no escritório. Quando eu ainda era muito jovem, o Tony me deu uma oportunidade de crescer, até eu chegar à minha função atual. Eu tinha muita coisa para aprender e ele me orientava na direção certa, e algumas vezes deixava eu enfrentar alguns obstáculos.

Johnny Boyd, gerente distrital: Estou na Tigercat desde dezembro de 1995. Naquela época, tínhamos uma tesoura 1800, uma tesoura 2000, o 726 e o 720, e os feller bunchers de esteira 853 e 845. Sempre falo para as pessoas que não conhecem a Tigercat que essa empresa é baseada em engenharia e transforma ideias em produtos para aplicações direcionadas em todo o mundo. Não precisamos convencer o departamento de contabilidade ou marketing da empresa para satisfazer o usuário final que precisa de uma ferramenta melhor para uma aplicação específica. O melhor da Tigercat é que podemos decidir da noite para o dia que vamos criar um produto de qualidade superior para qualquer pessoa do mundo.

Como muitos outros projetistas da Tigercat, Duane Barlow começou a trabalhar quando era estudante de engenharia.

Duane Barlow, gerente de produtos, acessórios: John Kurelek foi uma grande influência. Eu era subordinado a ele quando desenvolvemos o cabeçote acumulador de tesoura e, depois, o cabeçote acumulador de alta capacidade. Ele era muito inovador, mas também queria que as coisas fossem resistentes, simples e robustas, um mantra que é aplicável até os dias de hoje.

John Kurelek é veterano e pioneiro da indústria, e foi trabalhar para a Marathon Corp. no norte de Ontário, em 1951. Durante sua carreira na Koehring, ele fez parte do desenvolvimento do harvester de madeira curta, e do cabeçote de disco e da tesoura de acumulação. Em algum momento, Robin Barker, Stan Bera, Ken Harrison, Tony Iarocci, Kevin Keats, Phil Ricotta e Grant Somerville trabalharam para John na Koehring. Essas pessoas se tornaram importantes funcionários da Tigercat mais tarde. As influências de John foram fundamentais para o sucesso da Tigercat.

John Kurelek, engenheiro sênior (aposentado): Para que nossas ideias sejam um sucesso, elas precisam funcionar, responder a uma necessidade com um bom trabalho e gerar lucro. Nossa equipe de três pessoas sabia que nossa máquina tinha que ser melhor, e nossa melhor chance de fazer isso estava na durabilidade. Observávamos os reparos de solda em feller bunchers relativamente novos nos pátios de distribuidores do sul e vimos que ali havia uma oportunidade.

Retrato de John Kurelek, tirado em uma antiga plataforma no meio dos anos 90. Ao lado, um texto diz: "Engenheiro, Experiência: Várias décadas em pesquisa e desenvolvimento de equipamentos de exploração florestal de última geração.

Feita em uma antiga plataforma no meio dos anos 90.

Johnny Boyd: John Kurelek tinha uma forte influência sobre meu processo de pensamento. Ele dizia: “Quando pensar em produtividade, não pense em uma hora, ou em minutos. Pense em segundos, porque os segundos fazem minutos e minutos fazem horas. Para aumentar a produtividade, é preciso economizar segundos.”

Ralph Zuidervliet: Eu gostava muito de treinar novas pessoas. A cada nova pessoa que treinava, era como se recebia um legado para mim e para a empresa. Lembro que um dos rapazes que treinei recebeu uma nota de 50 dólares de um cliente americano durante um tour pela fábrica. O cliente estava muito impressionado com a qualidade alta e o acabamento da máquina dele. Foi ótimo saber que ajudei a contribuir para o sucesso daquele jovem e que ele vai dar continuidade à tradição de qualidade e acabamento superiores que deu fama à Tigercat.

O cliente anotou os nomes dos montadores que construíram a máquina dele e procurou por eles durante o tour.

Ralph Zuidervliet operando o demonstrador hidrostático.

Ralph Zuidervliet operando o demonstrador hidrostático.

Ken MacDonald: Fico muito satisfeito de ver os jovens entrando na empresa e crescendo como pessoas, comprando os primeiros carros, namorando, se casando, criando família e evoluindo ao máximo no trabalho ou na profissão.

Brian Jonker: Desafio qualquer pessoa a me dizer se tem uma empresa que mais se preocupa com os funcionários do que a Tigercat. Isso começa de cima. Ken sempre se preocupou com os funcionários, distribuidores e clientes. É visível. Crescemos e viramos uma empresa grande, mas o lado pessoal nunca mudou. O Ken é um grande exemplo para todos nós. Ele realmente se importa com as pessoas.

Martine Léveillé: Tive a chance e a honra de trabalhar com meu pai, Yves, durante oito anos, quando ele entrou na nossa equipe como gerente distrital do Quebec, em 1998.

A Tigercat tem distribuidores no sul dos EUA há muito tempo, como a Tidewater e a B & G Equipment. Eles a ajudaram a empresa iniciante a estabelecer credibilidade e conseguir uma fatia do mercado. E a Tigercat contribuiu para o sucesso de seus distribuidores ao fornecer a eles uma linha completa de produtos enquanto fabricantes de equipamentos se consolidavam e algumas linhas de produtos concorrentes eram engolidas ou extintas.

Dick Ronald: A B & G Equipment foi um distribuidor da Tigercat que se destacou. Eu os conhecia há muito tempo, pois quando estava na Clark eles foram designados como distribuidores de skidders. Eles tinham uma garagem para dois carros na Filadélfia, Mississippi, e vendiam peças de caminhões e rebocadores. Um dos nossos representes de vendas os abordou para saber se eles gostariam de vender skidders. Debbie e Doug [Bates] estavam na escola. Foi quando comecei a ir para lá. Ainda me lembro do restaurante Peggy, na Filadélfia. A B & G fez o maior sucesso! Não existem muitos distribuidores que tenham sobrevivido no negócio florestal por tanto tempo, eles fizeram isso muito bem.

Ken MacDonald: Aumentar nossa rede de distribuidores nos deu a chance de conhecer pessoas interessantes do mundo todo. Com certeza temos a sorte de trabalhar com alguns dos líderes mais progressivos e inventivos do mercado, muitos deles com personalidades únicas. Todos eles trabalham muito e a maioria se diverte como se não houvesse amanhã.

Dick Ronald e Martine Léveillé na DEMO 1996, no Quebec.

Dick Ronald e Martine Léveillé na DEMO 1996, no Quebec.

Martine Léveillé: A DEMO, no Quebec, foi a primeira exposição do ramo madeireiro da qual participei, em 1996. Passei horas fazendo traduções e apresentando a empresa com Dick Ronald, além de levar nossos clientes e funcionários visitantes para conhecer a Quebec Antiga. Eu e Don Snively voltamos da exposição juntos. Sem saber, ele me ensinou a dirigir em uma estrada de quatro pistas. Ele me pediu para dirigir, pois precisava fazer umas ligações. Eu não falei para ele, mas nunca tinha dirigido em uma estrada de alta velocidade. Vocês precisavam ver a cara dele depois que contei, um momento impagável.

Brian Jonker: Eu me lembro do meu primeiro mês como gerente de peças, indo para a floresta na Flórida. Quando vi cobras e jacarés e vi o calor que os operadores passavam durante o trabalho, entendi as condições que nossos clientes enfrentam.

James Farquhar: Eu me peguei deitado em um skidder sob a chuva, no Chile. Estava resolvendo um problema e precisava de uma chave de fendas de 10 mm. Estava todo contorcido no protetor de cárter da máquina, gritando por uma chave de 10 mm. Ninguém me atendia. Ninguém ali falava inglês. Eu também não falava espanhol bem, mas depois que saí da máquina, certamente todo mundo conhecia a palavra “chave de fenda” em inglês.

Grant Somerville: Estávamos viajando de carro por um vilarejo rural na Tasmânia, havia algumas casas perto de uma encruzilhada. O distribuidor local que dirigia parou na frente de uma mercearia modesta e sugeriu que comprássemos sanduíches para o dia na floresta. Aquele seria o melhor lugar da redondeza. Como era o único lugar da região, eu não tinha expectativa nenhuma. Entrei e fiquei imediatamente impressionado com a idade da senhora que estava atrás do balcão simples de madeira. Devia ter uns noventa anos. Tentando ser gentil, eu disse: “Ouvi dizer que vocês têm os melhores sanduíches do mundo”. Ela respondeu com bastante segurança: “Sim, temos”. Achei a resposta um pouco grosseira. Embora não se possa julgar um livro pela capa, ela me deu a impressão de que tinha passado a vida toda naquele mesmo lugar. Parei de fazer piada e pedi o almoço, de forma educada. Mais tarde, durante o almoço, percebi que ela não tinha sido arrogante. Ela estava certa. No começo, as pessoas achavam que nosso feller buncher era uma peça prosaica. Realmente, não se deve julgar um livro pela capa.

Dick Ronald: Eu lembro que um dia fui para a Geórgia ou algum outro lugar no avião do Ken e o voo foi meio turbulento. Ele tem um telescópio de tempestades para saber onde elas estão. O controle de tráfego aéreo sugeriu que contornássemos a tempestade e Ken olhou pelo telescópio e disse: “Que nada, vamos passar por ela numa boa”. Bom, só tivemos que segurar nossas coisas para que não voassem pelo teto, mas fora isso foi tudo bem.

Ken MacDonald: Sou uma pessoa religiosa e acredito fortemente que Deus ajuda quem se ajuda. Creio que se trabalhamos com inteligência e empenho, tudo dá certo. Outro lado da minha fé é acreditar na minha equipe. A crença de que, tudo que alguém pudesse fazer, minha equipe podia fazer melhor. Eles comprovaram isso e muitas vezes até excedem o nível de fé que eu coloco sobre eles. Nós nos atrapalhamos de vez em quando? Com certeza. Continuamos a lutar pelo melhor? Com mais certeza ainda. A empresa tem uma filosofia que eu compartilho: trate os outros como você gostaria de ser tratado. Tentamos incutir esse estilo de vida no que fazemos como empresa.

Outra coisa da minha vida que talvez tenha sido uma grande influência foi meu livro infantil favorito. Acho que o título era “The Little Engine That Could”. A Tigercat foi e continuará sendo, por décadas, uma das menores empresas da maioria dos mercados em que competimos. Nós e nossos parceiros fornecedores não temos alternativa a não ser nos empenhar ao máximo para criar e montar as máquinas mais resistentes, confiáveis e produtivas. Temos que trabalhar ainda mais para dar o melhor suporte pós-venda aos clientes. As empresas gigantes com as quais concorremos estão sempre em busca de um jeito de nos eliminar.

Duane Barlow: A Tigercat conseguiu tanta coisa, o ER, o skidder hidrostático. Mas para mim, o desenvolvimento dos cabeçotes de disco e dos cabeçotes da tesoura de alta capacidade foi o principal. Eles melhoram significativamente a produtividade, especialmente em aplicações de plantação. O acréscimo do nariz e o fechamento do descarregador de lascas que era desprotegido aprimoram a segurança. Isso foi algo que tentamos simular em nossos cabeçotes de serra em barra ao limitar as aberturas diretamente em linha com a corrente.

John Kurelek: Cabeçotes de outros fabricantes tinham sido instalados nos feller bunchers da Tigercat. Todos eles tinham pelo menos um braço para retirar a árvore e outro braço oposto para acomodá-la. Ao longo deles, havia um bolso para colocar as pontas das árvores, tirando-os do caminho do corte. Essas pontas não eram organizadas de uma maneira segura no bolso. Às vezes, as árvores se espalhavam. Os tratores da Tigercat eram rápidos e potentes. Eles podem levantar e carregar feixes pesados, além andar para frente e para trás para pegar mais árvores. Com esse trabalho de carga, a vida útil dos cabeçotes feller existentes montados nos tratores Tigercat era curta, portanto era preciso um design mais robusto.

Ralph Zuidervliet: Na minha perspectiva, uma das melhores coisas que a empresa fez foi os implementos de corte. Todos eles eram muito bem-feitos e fizeram o nome da empresa.

John Kurelek: Eu me lembro que o alinhamento do feixe era prejudicado quando o tucker removia a árvore pela parte de trás e a movia antes de pegá-la de novo. Parte do problema parecia que, como os braços giravam em lados opostos do bolso de armazenamento, cada um tendia a ter o local preferido para colocar a árvore. Minha ideia, que mais tarde testamos, era fazer com que os dois braços girassem aproximadamente no mesmo eixo. Assim, cada um deles tenderia a colocar a árvore no mesmo local do bolso.

Jon Cooper testando o harvester 1185 lançado na Elmia Wood de 2017. O 726 original e a nova 1185 são diametralmente opostos em termos de design, tamanho, tecnologia, funcionamento e muitos outros fatores, exceto durabilidade e confiabilidade. Durante anos, o Jon foi o responsável pelos grupos de produtos feller bunchers do tipo dirigir até a árvore, skidder e corte no comprimento.

Jon Cooper testando o harvester 1185 lançado na Elmia Wood de 2017. O 726 original e a nova 1185 são diametralmente opostos em termos de design, tamanho, tecnologia, funcionamento e muitos outros fatores, exceto durabilidade e confiabilidade. Durante anos, o Jon foi o responsável pelos grupos de produtos feller bunchers do tipo dirigir até a árvore, skidder e corte no comprimento.

Jon Cooper: Acabamos de finalizar o primeiro cabeçote acumulador de tesoura e enviamos a máquina para um madeireiro da Carolina do Norte que concordou em testá-lo no trabalho de desbaste. Ele operava cinco feller bunchers da concorrência para atender suas necessidades de produção. Ele estacionou um deles e pediu ao operador para operar nossa máquina. Foi impressionante. As cinco máquinas entraram na plataforma ao mesmo tempo para cortar até o final dela. Depois disso, eles dirigiam pela fileira de corte, saíam juntos na beira de estrada, se moviam por ela e entravam novamente na plataforma. Deixamos a máquina lá por alguns dias, depois voltamos para saber como estava funcionando. Ele falou que ela não parecia estar indo melhor que as outras, mas que estava funcionando bem. Ficamos desapontados, mas ele comprou a máquina.

Alguns meses depois, voltamos lá. Ao chegarmos, vimos dois feller bunchers parados. O madeireiro disse que não precisava deles, pois conseguia ter a mesma produção usando apenas três máquinas. Ele lembrou daquele dia que foi até a floresta. Ele assistiu à Tigercat cortar madeira mais rapidamente que as outras máquinas. Ela chegava ao fim da plataforma na metade do tempo. Quando chegava lá, o operador parava, acendia um cigarro e esperava as outras máquinas chegarem. Depois de uma conversa séria com o operador da Tigercat, o madeireiro parou as outras duas máquinas. A tesoura mudou significativamente a produtividade dos feller bunchers de rodas nas aplicações de desbaste.

Dick Ronald: Para atrair distribuidores, você precisa ter uma linha de produtos completa. O Tony nunca quis construir um skidder, mas precisávamos ter um para completar nossa linha de produtos e deixar os distribuidores contentes. Se você tem uma linha completa, atrai a atenção dos distribuidores. Além disso, deixa de ter alguém tentando prejudicar seu negócio.

A Tigercat complementou sua linha de produtos com um skidder, em 1996, e uma carregadeira de braço articulado, em 1997. Tínhamos uma linha de produtos para os distribuidores dos EUA. No entanto, no Canadá, isso criou a necessidade de estabelecer uma rede paralela de distribuidores. A Corporate Deere permitiu que seus distribuidores vendessem os feller bunchers 853E, que não eram concorrentes. Quanto aos skidders… aí era outra história. A Strongco deu o pontapé inicial.

Jon Cooper: Nossos clientes e distribuidores começaram a pedir um skidder. Depois de alguns anos de sucesso com os feller bunchers, eles sugeriram que criássemos um skidder tão bom quanto o feller buncher. A demanda de mercado conduziu a nossa decisão de desenvolver um skidder. Foi a mesma lógica que levou à criação da carregadeira.

Johnny Boyd: Nos últimos vinte anos, o skidder da Tigercat mudou mais a produtividade no sudeste dos EUA do que qualquer outra coisa. Apenas uma coisa define a produtividade de um skidder: o tamanho da garra. A velocidade não importa. É o que você leva para a beira da estrada quando volta. Conseguimos aumentar o tamanho da garra e priorizamos esse trabalho.

Quando a Tigercat lançou o skidder 630, ele era a maior máquina do mercado, concorrendo em tamanho na fatia de mercado menor. Hoje em dia, ele seria equivalente em tamanho e capacidade (mas certamente, não em velocidade) ao 610E, o menor skidder da garra da Tigercat. A Tigercat foi pioneira nos skidders maiores.

James Farquhar: A mudança para os skidders grandes foi um negócio e tanto. Tenho um cliente que diz que se tivéssemos vendido o 632E há vinte anos, ele já estaria aposentado agora.

Joe Barroso: Um rapaz chamado Rick Duke trabalhava em uma das fábricas de Brantford. Ele tinha sido demitido, mas Tony sugeriu que eu o chamasse de volta para trabalhar na Savage Drive e ver se ele poderia ser útil em nossos aprimoramentos de processo. Na época, eu trabalhava na linha de skidders e o Rick foi minha primeira introdução real à fabricação no modelo otimizado. Trabalhando juntos, nós mudamos significativamente a organização, que passou a adotar esse modelo. Foi uma mudança muito importante para a Tigercat.

Tony Iarocci: A introdução da eletrônica em equipamento fora de estrada teve um grande impacto sobre a evolução das máquinas florestais. Os primeiros modelos Tigercat não tinham componente eletrônico. No entanto, a introdução da eletrônica em motores, controles hidráulicos, telemetria e sistemas de exaustão levou um alto grau de complexidade às máquinas florestais. A indústria se beneficiou da segurança e do conforto para o operador, da melhora do desempenho e de uma redução expressiva no consumo de combustível e de emissões.

A equipe da Tigercat na participação mais recente da empresa na exposição de Atlanta. O centro de Atlanta não foi o local mais adequado para uma exposição de equipamentos madeireiros. A equipe do estande da Tigercat não se integrou ao público.

Ida mais recente da Tigercat à exposição de Atlanta. O centro de Atlanta não foi o local mais adequado para uma exposição de equipamentos madeireiros. A equipe do estande da Tigercat não se integrou ao público.

Joe Barroso: Sob a perspectiva das operações, conseguimos reduzir os tempos de montagem 75% e tivemos uma redução de estoque de 80% na maioria dos itens. Essa foi uma mudança significativa para o processo de fabricação que ocorre na linha de produção da Tigercat. Continuamos a melhorar em qualidade, entrega e custo.

John Kurelek: Acho que a invenção do ER foi a melhor da minha carreira, pois ele continua economizando milhares de cargas de combustível do planeta. Quando o feller buncher baseado em escavadeira de Drott foi concebido e produzido pela primeira vez, nos anos 50, seu sistema hidráulico que desperdiçava energia foi implantado e usado na indústria por meio século. O circuito de ER tem uma maneira de transferir o óleo pressurizado na base do cilindro da mangueira para a base do cilindro do braço, onde continua a realizar o trabalho de suporte. Essa transferência do óleo pressurizado é feita pela manipulação de uma única alavanca, por isso é mais fácil treinar os operadores. A potência do motor não é usada para bombear o óleo sob pressão durante o alcance, e pode ser utilizada para acelerar outras funções da máquina ou simplesmente economizar combustível.

Grant Somerville: Nós nos diferenciamos da concorrência pela forma como trabalhamos com as pessoas que usam nossas máquinas. Muitas empresas afirmam ter contato com o cliente, mas poucas são as que realmente fazem isso. O fato de termos feito disso um elemento crucial de nosso modelo de negócios é uma grande conquista, mas acho que poucos percebem. Talvez os clientes se surpreendam ao saber o quanto contribuíram para o desenvolvimento de nossos produtos.

Joe Barroso: Para mim, o melhor da Tigercat é provavelmente a capacidade de criar e inventar, sem ficar presa a burocracia e processos. Você pode criar soluções, resolver problemas com a equipe e fazer as coisas acontecerem no tempo que for preciso. Talvez seja uma das nossas principais vantagens competitivas.

Ralph Zuidervliet: Os gerentes, engenheiros e funcionários, todos contribuem para um ambiente de trabalho incrível. Era um grupo muito coeso. Como uma família. O companheirismo, a limpeza, o ambiente seguro, o apoio dos engenheiros e da gerência. Sempre me lembro com carinho dos meus tempos de Tigercat.

Brian Jonker: A visão de algumas pessoas para construir a primeira máquina nos levou onde estamos hoje. Dos funcionários aos distribuidores da Tigercat, os clientes e fornecedores, existem dezenas de milhares de pessoas cujas vidas são diretamente afetadas pela empresa. Quando você para e pensa sobre isso, é muito impactante.

Ken Harrison: Vim da Inglaterra para o Canadá em 1971 e me aposentei em 2004. Posso dizer que me dei bem em dobro. Vim para o melhor país do mundo e trabalhei na melhor empresa do mundo.

Ken MacDonald: O que conquistamos até agora é simplesmente o começo do design das máquinas, da fabricação e da organização da distribuição dos produtos. É a base do que está por vir. Ainda queremos desenvolver tantos produtos e mostrar tanta coisa para o mundo. Reconheço que enfrentaremos muitos desafios, mas continuo a ter fé na nossa equipe, no desejo dela e em sua capacidade de ter sucesso muito além dos meus dias.

Tony Iarocci: Indubitavelmente, o desejo incessante de Ken de crescer sempre em termos de volume de vendas e oferta de produtos teve uma profunda influência sobre minhas decisões diárias e estratégias de longo prazo.

Ken MacDonald: Fico muito feliz de saber que os recordistas mundiais em colheita e extração e quase todos os principais lenhadores e empresas madeireiras já usam nossos equipamentos. Tenho muito prazer em trabalhar com elas para criar soluções ideais de colheita e vê-las prosperar.


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História oral


Mais lembranças dos primeiros anos da Tigercat.